O júri simulado realizado por alunos e professores da Fundação Santo André trouxe à tona uma experiência única e enriquecedora para o aprendizado jurídico. Vamos explorar os principais pontos dessa atividade que ganhou enorme repercussão, com um vídeo atingindo mais de 6 milhões de visualizações, e que reuniu estudantes, professores e profissionais do direito para uma vivência prática do Tribunal do Júri.
A importância do júri simulado na formação jurídica
O júri simulado é muito mais do que uma simples atividade acadêmica. Ele aproxima o estudante da teoria e da prática, desenvolvendo habilidades essenciais como trabalho em equipe, argumentação jurídica e oratória. Segundo a professora Juliana Pereira, coordenadora do núcleo de práticas jurídicas da Fundação Santo André e grande mentora do evento, essa vivência inspira os alunos e os conecta com diversas carreiras jurídicas.
Além disso, o júri simulado permite que os estudantes conheçam o funcionamento do Tribunal do Júri, incluindo o papel do policial penal, escrevente, promotor de justiça, advogados e defensores públicos, e ainda oferece ao público leigo uma visão clara de como se dá esse julgamento tão complexo e importante.

O caso real adaptado para a simulação
O júri simulado foi baseado em um caso real de 2019, envolvendo uma mulher acusada de esfaquear um homem. A dinâmica foi construída a partir do material processual, como inquérito policial, denúncia e defesa, com os estudantes tendo liberdade para criar a narrativa e direcionar o julgamento.
O caso envolvia uma situação de violência, em que a acusada teria sido abordada à noite por um homem que lhe ofereceu dinheiro em troca de favores, o que desencadeou uma altercação fatal. A simulação permitiu que os alunos montassem suas estratégias a partir do “esqueleto” do caso, desenvolvendo um julgamento realista e cheio de nuances.
Estratégias e emoções na atuação dos estudantes
Uma das cenas que mais repercutiu foi a representação da acusação com o famoso “vídeo do mamão”, onde uma mão foi esfaqueada 30 vezes, simbolizando a gravidade do crime. A utilização de objetos como almofadas, ursinhos de pelúcia, frutas e até pãozinho francês durante os ensaios foi fundamental para criar uma dramatização impactante e sensibilizar os jurados.
A preparação contou com apenas duas semanas para estudo, ensaios e montagem das estratégias, o que tornou a experiência ainda mais desafiadora e real. A emoção, o nervosismo e o frio na barriga foram sentidos por todos, reforçando a seriedade do Tribunal do Júri e a responsabilidade de cada papel desempenhado.
O papel da defesa e os desafios enfrentados
A defesa, interpretada por outros estudantes, trouxe uma perspectiva diferente, utilizando não só a defesa técnica, mas também argumentos extrajurídicos, morais e emocionais para sensibilizar os jurados. A tese do excesso esculpante, que trata da reação desmedida em situação de forte emoção, foi uma surpresa que abalou as estratégias da acusação.
A atuação da ré, com momentos de choro e interpretação intensa, mostrou a importância do preparo psicológico e teatral para advogados, uma habilidade que alguns dos estudantes já desenvolvem fora da sala de aula. A defesa também teve que adaptar sua estratégia diante da composição inesperada do conselho de sentença, que era formado somente por mulheres.

Aspectos legais e sociais discutidos no júri
O júri simulado trouxe à tona discussões relevantes sobre os princípios do direito penal, a imparcialidade dinâmica, a plenitude de defesa e o papel do júri popular. Foram abordados temas como os critérios para seleção dos jurados, o rigor na condução do julgamento e a importância de separar preconceitos morais, religiosos, raciais e de gênero da análise jurídica.
A experiência também destacou o preconceito enfrentado por advogados criminalistas e a necessidade de uma justiça ética e imparcial, que respeite os direitos do acusado, mesmo em casos de crimes graves. A defesa da ressocialização do condenado e o reconhecimento dos erros judiciais foram pontos importantes levantados durante o debate.
Impacto na escolha profissional e no aprendizado dos estudantes
Participar do júri simulado foi decisivo para muitos estudantes na escolha de suas áreas de atuação. Alguns que não tinham interesse inicial no direito penal passaram a se encantar pela área após a experiência, enquanto outros reafirmaram suas preferências por direito trabalhista, direito ambiental ou outras especialidades.
Além do aprendizado técnico, o evento promoveu o desenvolvimento pessoal, a coragem, a empatia e o senso crítico dos estudantes, preparando-os para os desafios da carreira jurídica. O reconhecimento da qualidade das atuações pelos profissionais da área e a repercussão nas redes sociais também abriram portas para oportunidades de estágio e networking.
Considerações finais e agradecimentos
O júri simulado da Fundação Santo André, coordenado pela professora Juliana Pereira, com apoio da equipe da faculdade e dos estudantes, foi uma demonstração viva do poder transformador da educação prática no direito. Ele proporcionou uma imersão profunda na realidade do Tribunal do Júri, ampliando horizontes e fortalecendo os futuros operadores do direito.
Essa iniciativa reforça a importância de experiências acadêmicas que vão além da teoria, preparando profissionais aptos a fazerem a diferença na sociedade com conhecimento, ética e humanidade.
Para quem deseja conhecer mais sobre o evento e acompanhar as atuações dos estudantes, os vídeos estão disponíveis nas redes sociais da Fundação Santo André (@fsa.oficial no Instagram) e da professora Juliana Pereira (@julianereira2 no Instagram).
Que essa prática inspire cada vez mais instituições e estudantes a mergulharem no direito com paixão e responsabilidade.
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