Nos últimos dias, um surto da bactéria E. Coli (Escherichia coli) nos restaurantes McDonald’s dos Estados Unidos gerou grande preocupação. Uma pessoa morreu e outras 50 ficaram doentes em 10 estados diferentes após consumirem um dos lanches mais populares da rede, o Quarteirão, que teve suas vendas suspensas. Esse episódio não só impactou a saúde pública do país, mas também o mercado financeiro, com o McDonald’s perdendo aproximadamente US$ 14 bilhões.
Você sabe o que é E. Coli? Sabe quais são os perigos de contraí-la? Confira tudo sobre essa bactéria a seguir!
Índice
- O que é E. Coli?
- Quais são os sintomas?
- Como ocorreu o surto de E. Coli no McDonald’s?
- Como prevenir a contaminação por E. Coli?
- Como é feito o diagnóstico e o tratamento da bactéria?
- Onde encontramos a bactéria Escherichia coli?
- Higienize seus alimentos, lave as mãos antes de comer e proteja-se da E. Coli!
O que é E. Coli?
E. Coli (Escherichia coli) compreende um grupo de bactérias do tipo Gram-negativas que residem normalmente no intestino de pessoas saudáveis. Essa bactéria é encontrada no ambiente, incluindo em alimentos, águas e até mesmo no intestino de animais. Existem diversos tipos de E. Coli que são inofensivos para os seres humanos. Porém, há alguns que podem causar graves problemas de saúde.

No caso do McDonald’s, o surto foi causado por um tipo específico da bactéria, a E. coli O157:H7. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, essa bactéria produz uma toxina que causa uma diarreia perigosa, podendo também levar à insuficiência renal e outros problemas graves.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da E. Coli podem aparecer rapidamente após o contato com a bactéria. Entre os mais comuns, destacam-se:
- Febre;
- Diarreia;
- Vômito;
- Sangue nas fezes;
- Tontura;
- Desidratação.
Em alguns casos, a E. Coli também pode causar infecções, que variam conforme as diferentes cepas da bactéria existentes. De acordo com o Manual MSD Brasil, uma das empresas globais que mais investe em pesquisa e desenvolvimento, as principais infecções por Escherichia coli são:
- Infecção do trato urinário;
- Infecção da bexiga (a mais comum entre mulheres);
- Infecção do trato digestivo;
- Infecção da glândula prostática;
- Infecção da vesícula biliar;
- Doença inflamatória pélvica (DIP).
Como ocorreu o surto de E. Coli no McDonald’s?
O surto de E. Coli no McDonald’s aconteceu em 10 estados americanos diferentes após dezenas de pessoas terem consumido o lanche Quarteirão, um dos sanduíches mais populares da rede. Em matéria publicada no G1, autoridades sanitárias americanas estão investigando o surto. Para eles, a suspeita de contaminação são as cebolas do lanche, que são servidas cruas.

Em comunicado oficial, Cesar Piña, Diretor da cadeia de suprimentos do McDonald’s na América do Norte, se pronunciou sobre o caso. “As descobertas iniciais da investigação indicam que um subconjunto de doenças pode estar relacionado às cebolas cortadas usadas no Quarteirão, provenientes de um único fornecedor que atende três centros de distribuição”.
De acordo com a MSD Brasil, existem muitas maneiras de se infectar com a cepa E. Coli O157. Entre as mais comuns, destacam-se:
- Comer carne moída contaminada que não esteja cozida completamente;Beber leite não pasteurizado;
- Tocar em animais em zoológicos que transportam a bactéria em seus tratos digestivos;
- Ingerir alimentos prontos, como verduras e saladas, que foram lavados com água contaminada e/ou se contaminaram com estrume de vaca;
- Ingerir água com quantidade de cloro inadequada em piscina, que tenha sido contaminada por fezes de pessoas infectadas.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento da bactéria?
Para que a bactéria seja identificada no organismo, é necessária uma cultura de amostra de fezes, urina ou outro material infectado. Após a coleta, as amostras são enviadas a um laboratório que identificará e, consequentemente, confirmará o diagnóstico. Caso haja suspeita de infecção por E. coli O157:H7, é necessária a realização de um exame de fezes para investigar se existem toxinas Shiga, produzidas pela bactéria.

Caso a cepa O157:H7 seja detectada, serão necessários exames de sangue com frequência, com o objetivo de identificar a presença da síndrome hemolítico-urêmica. De acordo com o Ministério da Saúde, essa síndrome é uma doença grave que se manifesta por meio de uma tríade de sintomas e sinais:
- Anemia hemolítica microangiopática;
- Trombocitopenia;
- Lesão renal aguda (LRA).
Uma vez que a E. coli é identificada no organismo, o tratamento mais comum é a receita de antibióticos para combater as bactérias. Em quadros mais graves de diarreia, o indivíduo pode receber doses de sais minerais em líquidos por via intravenosa, com o objetivo de reportar a hidratação do corpo.
Os casos de contaminação pela cepa O157:H7 não são tratados com antibióticos. De acordo com o Manual MSD, além de poder piorar o quadro de diarreia, os antibióticos podem aumentar o risco de síndrome hemolítico-urêmica. Caso a síndrome se desenvolva, a pessoa contaminada pela bactéria pode ser internada em uma UTI, podendo até mesmo necessitar de uma hemodiálise.
Como prevenir a contaminação por E. Coli?
Existem diferentes maneiras de evitar a contaminação pela bactéria E. Coli. De acordo com a FDA (Food and Drug Administration), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, as recomendações para prevenir a contaminação pela bactéria são:
- Lavar as mãos com água e sabão ao manusear alimentos crus (antes e depois);
- Higienizar prateleiras internas de geladeiras, tábuas de corte e bancadas de utensílios que possam ter tido contato com alimentos contaminados;
- Evitar contaminação cruzada com animais (ao manusear comida para animais domésticos, lavar bem os recipientes, evitando transmitir a bactéria dos bichos para outras pessoas).

Márcia Laporta, professora do Centro Universitário Fundação Santo André, doutora em Microbiologia e Imunologia, explica que a contaminação por E. coli acontece por meio de água e alimentos que entraram em contato com fezes. “A presença de Escherichia coli em água e alimentos contaminados significa que houve contato com fezes”, ressaltou.

“Os alimentos têm que ser tratados e manipulados com muita atenção, com as mãos bem limpas. Os equipamentos devem estar bem higienizados. Porque o problema sempre é a falta de higiene, que faz com que a gente tenha contato com essa bactéria, que é de origem fecal”.
Marcia Zorello Laporta, doutora em Imunologia e Microbiologia.
Onde encontramos a bactéria Escherichia coli?
A bactéria Escherichia coli é encontrada naturalmente no intestino de seres humanos e de animais. Por isso, está presente nas fezes. Na maioria de suas cepas, a bactéria é inofensiva. Porém, é importante ressaltar que algumas podem causar graves doenças. No caso do surto de infecções em redes do McDonald’s dos Estados Unidos, a cepa identificada foi a E. coli O157:H7.
Higienize seus alimentos, lave as mãos antes de comer e proteja-se da E. Coli!
Apesar do surto de infecções por E. coli ter acontecido em redes do McDonald’s dos Estados Unidos, é essencial se prevenir dessa bactéria, seja no Brasil ou em qualquer outro país. Lembre-se de sempre higienizar os alimentos corretamente antes de consumi-los, bem como lavar as mãos antes de manuseá-los.
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Perguntas Frequentes
Quais alimentos podem ser contaminados por Escherichia coli?
Todos os alimentos que entram em contato com fezes podem ser contaminados por Escherichia coli. Por isso, é de extrema importância realizar a higiene e manuseio correto dos alimentos antes de consumi-los. Inclusive, a água utilizada para lavá-los deve ser potável, uma vez que a bactéria também pode ser encontrada em água que teve contato com fezes.
O que é surto de E. coli?
Um surto de E. coli acontece quando muitas pessoas são contaminadas pela bactéria Escherichia coli. Foi isso o que aconteceu nos Estados Unidos, após dezenas de pessoas se contaminarem com a bactéria após comer lanches em redes do McDonald’s.
O que causa a bactéria E. coli?
A bactéria E. coli é encontrada naturalmente no intestino de animais e humanos. A maioria de suas cepas são inofensivas. Porém, algumas podem causar graves doenças e infecções, como a cepa O157:H7, muito comum na América do Norte.